segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

BRASIL TEM PIOR PROEFICIÊNCIA DA LÍNGUA INGLESA ENTRE OS PAÍSES DO BRIC

De acordo com a terceira edição do Índice de Proficiência em Inglês da EF (Education First) de 2013, o brasileiro ainda possui um baixo nível de proficiência neste idioma apesar de ter melhorado nos últimos tempos. O Relatório destaca a situação brasileira com sua defasagem educacional de um modo geral quando comparado com o crescimento econômico.
 
Entre os países do BRIC, o Brasil é o que possui o pior índice de proficiência, como demonstra o gráfico abaixo:



Para tratar deste sério problema, o governo brasileiro lançou diversas iniciativas agressivas para treinar melhor sua força de trabalho. Por meio do Programa Ciência sem Fronteiras, até 2014, o Ministério de Educação, o Ministério de Ciência e Tecnologia e o setor privado terão financiado completamente 100 mil alunos do Programa para estudar um ano em uma universidade estrangeira de ponta. Porém, como muitos alunos tiveram notas baixas nos requisitos de inglês para participar do Programa, o governo criou outro paralelo, chamado de Inglês sem Fronteiras, para ajudar mais estudantes a participarem do Ciência sem Fronteiras. O Inglês sem Fronteiras tem como objetivo dar acesso a cursos online de inglês para cinco milhões de estudantes universitários e financiar 500.000 provas TOEFL. Os alunos com as melhores pontuações no TOEFL receberão cursos presenciais de inglês.
 
Ainda de acordo o relatório, com base em dados de 2012, o Brasil abriga 6.215 filiais de mais de 70 escolas de idiomas. Aulas particulares com professores de inglês nativos custam entre 30 e 50 dólares por aula, mais de 10% do salário mínimo. Por isso, parece que apenas cidadãos de classe média ou alta podem custear essas aulas. Na última década, o Brasil triplicou o seu PIB. O governo brasileiro estima que 55% do país é classe média hoje em dia, comparado com apenas 34% em 2005. A expansão da classe média brasileira permitiu o aumento de investimento em aulas particulares de inglês.
 
Além disso, a EF afirma que a maior parte da melhoria na proficiência de adultos em inglês no Brasil se deve a escolas privadas de idiomas e que apesar de já ser um setor bastante saudável, há muito espaço para crescimento no mercado de ensino de idiomas.
 
De acordo com Willam Porto, diretor de Traduções e Qualidade da Porto Traduções, o índice aponta à necessidade de se dar ainda mais importância a fluência da língua inglesa, principalmente por sediarmos dois grandes eventos mundiais nos próximos anos. “Já conseguimos sentir uma melhora, mas temos muito trabalho a fazer”, avalia o executivo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

COMO SURGEM AS TRADUÇÕES DE LEGENDAS DE VÍDEOS DA INTERNET?

No início do mês, o Olhar Digital, um dos maiores portais de tecnologia do país divulgou como surgem as traduções de legendas dos vídeos na internet. Confira abaixo a matéria na íntegra e conheça esse mercado paralelo:

Doze horas após sua transmissão nos Estados Unidos, o episódio final do seriado "Breaking Bad" foi baixado por mais de 500 mil pessoas em todo o mundo, e 24 horas foi o tempo que o capítulo derradeiro da terceira temporada de "Game of Thrones" precisou para ir mais longe: 1 milhão de downloads. Os brasileiros marcaram presença nas duas situações, mas em nenhuma delas se destacaram, talvez porque poucos entenderiam os diálogos.
Nos cinco países que baixaram mais depressa o fim de Breaking Bad as pessoas falam inglês, o que pode explicar por que a Austrália está na ponta enquanto o Brasil não aparece nem no top 10. Por aqui é necessário esperar até que os paladinos das legendas entrem em ação.

Cerca de 100 pessoas atuam no InSUBs, um dos principais coletivos de legendagem alternativa do Brasil. Eles se organizam de tal forma que, em menos de um dia, conseguem traduzir (cerca de 3 horas), revisar (6 horas) e publicar um episódio de 40 minutos.

"Três dias antes de o episódio ir ao ar na TV americana o revisor abre a chamada para tradução. Quem quiser e puder cumprir o prazo estipulado pelo revisor dá o nome", contou um dos membros ao Olhar Digital. "No dia após a exibição do episódio pegamos o closed caption (legenda em inglês) e fazemos a tradução das falas. Todas as partes traduzidas vão para o revisor e ele fica encarregado de fazer os ajustes necessários na legenda. Depois disso, a legenda é postada."

Nada disso é crime, conforme explicado pelo advogado especialista em propriedade intelectual Raphael Lemos Maia. Segundo ele, se a legenda for disponibilizada gratuitamente e não estiver acoplada a um vídeo pirata, ela é uma simples tradução textual.

Ninguém do InSUBs recebe pelo que faz; trata-se de um hobby, embora alguns legenders também atuem profissionalmente. E se a dupla jornada não é estranha, migrar de vez da cena alternativa para a formal é outra coisa aceitável, de acordo com Marcelo Leite, diretor de qualidade da Drei Marc - empresa especializada em legendas e traduções de filmes. Só que, de 50 candidatos, apenas um passa no processo de seleção. "Eles conhecem muito bem a série e o inglês, mas no português deixam muito a desejar."
Nenhum dos lados exige formação acadêmica de quem se interessa pelo ramo. Para entrar no InSUBs é preciso "ter um bom conhecimento de inglês e português e tempo livre", que é a simplificação do que a Drei Marc requere; lá a formação cultural, alguma especialização e até a idade são levados em conta. Não é qualquer um que entende todas as tiradas e os termos ditos em um seriado como "House", por exemplo.

A principal diferença entre os dois lados está na abordagem: enquanto o foco dos legenders é a rapidez, o do mercado é a qualidade. Mas há quem prefira a legenda alternativa, já que o texto geralmente é mais parecido com o falado pelo telespectador - afinal, nenhum legender vai traduzir policial para "tira". A Drei Marc tem consciência disso, mas enxerga a situação como algo natural. "Como o cara não tem formação, ele escreve como fala. Ele quer rapidez, busca o entendimento", comenta Marcelo, que não vê problemas na duplicidade: "Não tem preconceito nenhum."


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

SESI E SENAI irão ensinar inglês a 2 mil alunos pelas redes sociais em 2014

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, assinou no início de novembro, em Denver, no Colorado, nos Estados Unidos, um acordo que amplia o Conexão Mundo, projeto criado em 2012, que no primeiro ano, atendeu 200 estudantes de Salvador. Neste ano, o programa foi estendido para 800 participantes de sete estados. Na primeira etapa do curso, nas aulas e atividades a distância, os alunos brasileiros interagem pela internet com monitores americanos. Cada monitor é responsável por uma turma de 10 a 12 alunos.

Com o novo convênio, o programa, resultado de uma parceria entre a CNI e o US-Brazil Connect, terá 2 mil vagas em um curso de inglês inovador para alunos de unidades do Serviço Social da Indústria (SESI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e de escolas públicas brasileiras.

“No mundo de hoje, saber apenas a própria língua não é mais suficiente. Aprender outros idiomas, especialmente o inglês, se tornou fundamental para a transferência de tecnologias e experiências internacionais”, afirmou o presidente Robson Braga de Andrade.

Parceria bem sucedida - No conforto de casa, eles praticam o idioma e ainda se divertem, em  aulas pelo Facebook, hangouts (bate-papos com webcam pelo Google). Depois dos dois primeiros meses, na segunda etapa, os monitores americanos vêm ao Brasil para dar aulas presenciais por um mês. Essas aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, em junho e julho, no período de férias dos brasileiros, e envolvem dinâmicas, jogos e simulação de situações comuns do mercado de trabalho. Em seguida, a terceira etapa segue com mais dois meses de aulas pela internet.

Os monitores americanos são estudantes de colégios profissionalizantes, congêneres do SENAI, nos Estados Unidos e são selecionados pela ONG US-Brazil Connect, parceira do SESI e do SENAI. Os alunos americanos são voluntários e estão numa faixa etária próxima dos alunos brasileiros. São jovens falando e trabalhando com jovens.

Finalmente, os 5% dos melhores alunos ganham 15 dias de imersão nos Estados Unidos. Os 47 alunos selecionados neste ano - três de  Macaé (RJ), cinco de Recife; 11 de Salvador; 10 de Belo Horizonte; oito de Porto Velho (ES); cinco de Maceió e cinco de Joinville (SC) - partiram para a temporada de imersão no primeiro fim de semana de novembro, dia 2, e voltaram no dia 16. Na viagem, eles ficam em casas de família, conhecem escolas, universidades, museus, entre outros, tudo para praticar o que aprenderam.

Brazil Day - Para o prefeito de Denver, Michael Hancock, o Conexão Mundo é o mais perfeito exemplo de ganha-ganha. Os brasileiros aprendem inglês e os estudantes americanos das Community Colleges têm oportunidades de participar de estágios ensinando sua língua pátria e desmistificar o Brasil.

“Os 47 alunos brasileiros em intercâmbio no Colorado agora são cidadãos globais e a vida deles será diferente. Os estudantes americanos, por sua vez, puderam conhecer melhor o Brasil”, afirmou Hancock para um seleto grupo de universitários, professores, empresários e parlamentares americanos, em comemoração ao Brazil Day, no Denver Museum Nature Science. A data foi estabelecida pelo governo do estado graças à troca de experiências positiva proporcionada pelo programa Conexão Mundo.

O US-Brazil Connect reúne quatro universidades públicas do Colorado, Flathead Valley College, Northwestern Michigan College, Jackson Community College e Red Rock Community College, que qualificam seus alunos americanos para ensinar inglês aos estudantes brasileiros e, assim participarem de um intercâmbio no Brasil.


Aprender brincando  - Se não fossem as redes sociais, a estudante Letícia Xavier, 17 anos, de Macaé (RJ), acredita que jamais estaria falando inglês com tanta fluência e desenvoltura. Há quatro anos, quando o pai ficou desempregado, Letícia precisou abandonar os estudos particulares de inglês e se limitou a ouvir músicas e tentar traduzi-las.

Em março deste ano, a aluna do 3º ano do SESI e de eletrônica do SENAI teve a oportunidade de estudar inglês pelo Conexão Mundo. Por cinco meses, ela conversou pelo Facebook e por hangout com a aluna de pedagogia da Universidade Pública de Jackson, no Mississippi, Kami Root, sua coach no programa, e outros americanos.  Suas primeiras palavras foram: "Eu não falo inglês". Do outro lado, ouviu: "E eu não falo português". Em julho, Kami desembarcou em Macaé, no Rio de Janeiro, para um mês de aula presencial com Letícia. Kami continuava sem falar português, mas Letícia já dominava o inglês básico.

O estudante Wesley Matheus de Andrade, de 15 anos, morador de Ibura, no Recife, praticamente não falava nada em inglês. “Aprendi muito mais do que em uma aula comum, numa sala de aula, e o inglês é fundamental para quem quer conseguir um bom emprego e construir uma carreira”, conta Wesley, que é estudante do 2º ano do ensino médio e faz o curso técnico de telecomunicações no SENAI.

Qualificação - Com o programa, o sistema indústria proporciona experiências únicas de qualificação para os brasileiros. Esse tipo de iniciativa, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ajuda o Brasil a construir uma rede de profissionais bem preparados para o mercado de trabalho tornando o país mais forte e competitivo.