quarta-feira, 28 de agosto de 2013

QUAL É O MOMENTO CERTO PARA APRENDER UM SEGUNDO IDIOMA?


Dias atrás, a Rádio Band News FM divulgou em sua programação a iniciativa de uma escola particular na capital paulista que pretende implementar aulas de inglês para crianças entre 4 e 18 “MESES” – ênfase dada pela própria jornalista que apresenta o programa. O tema foi debatido, ao vivo, discutindo a questão da real necessidade de um segundo idioma X o simples desejo desenfreado de oferecer “tudo” aos filhos.

Para Cleusa Sakamoto, psicóloga clínica e doutora pela USP, soa estranho ensinar uma segunda língua para crianças nesta faixa de idade, pois ainda estão adquirindo o seu primeiro idioma e não é adequado já contextualizá-las em um segundo, pois precisam ser estimuladas na aquisição de sua língua pátria. “Na observação de crianças em ambientes bilíngues nota-se certa confusão, uma mistura dos dois idiomas. Por isso, recomenda-se o início do ensino de uma segunda língua na faixa etária pré-escolar, a partir de cinco ou seis anos, momento que é o auge da aquisição da linguagem”, esclarece a psicóloga.

Entretanto, Sakamoto pontua a diferença dos filhos cujos pais falam um idioma diferente e afirma que neste caso as crianças não são direcionadas a aprender uma segunda língua e sim recebem estímulos deste outro idioma, situação totalmente distinta. “Pais são os modelos da criança para tudo, modelos de adultos, de justiça, de cidadãos, são referência também na aquisição da linguagem. Pesquisas demonstram que a diversidade do vocabulário, o uso correto das regras, até mesmo vícios de linguagem são reproduzidos pelas crianças de acordo com o modo de comunicação dos genitores”, fala a doutora. 

Fugir de tais orientações pode trazer desequilíbrios para a vida dos pequenos. Prova disso, é a situação relatada pelo estudante universitário Vitor Deyrmandjian, que conta que sua prima de apenas três anos começou a utilizar o tablet do pai para brincar em um jogo do alfabeto. Mas, sem perceber, alterou a configuração do aparelho para a língua inglesa. A surpresa da família foi quando chamados à escola para uma reunião, perceberam que ela não estava conseguindo acompanhar a turma na pré-alfabetização, pois não entendia o porquê da turma dizer “A” e não “Êi”, entre outras sonoras.

Para se evitar este, e outros tipos de problemas, segundo a especialista, o mais importante é que até o segundo ano de vida a criança seja estimulada a constituir apenas uma noção do Eu. “As crianças começam a falar perto de 24 meses, depois que o processo de construção do ‘Eu’ tem um acabamento mínimo, não podemos forçar esse período”, finaliza Sakamoto.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

BIENAL DO LIVRO, NO RIO DE JANEIRO, INTEGRA CULTURA BRASLEIRA E ALEMÃ


Começa na próxima quinta-feira (29/08), a 16ª edição da Bienal do Livro no Rio de Janeiro, que neste ano homenageia a Alemanha com o lema “Quando ideias se encontram”.  De acordo com Marifé Boix García, vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt, a presença da Alemanha na Bienal do Livro do Rio faz parte da Temporada “Alemanha + Brasil 2013-2014” e tem como objetivo intensificar o intercâmbio entre os dois países e enriquecer este encontro por meio de atividades artísticas e literárias. 

Tal participação contará com palestras, mesas-redondas, filmes, oficinas para crianças, exposição, visitas guiadas, eventos para o mercado editorial, encontros profissionais, Café Literário, performances, oficina de quadrinhos, além da participação de 30 editoras alemãs. O jogador de futebol Michael Ballack confirmou presença ao lado do Embaixador Wilfried Grolig na abertura do estande. Ballack  atuava como meia e seu último clube foi o Bayer Leverkusen. Com a camisa 13, disputou 98 jogos pela seleção da Alemanha e o jogo de despedida foi em junho deste ano.

Um dos destaques da programação é a exposição multimídia "Alemanha de A a Z". Na mostra, as 26 letras esculpidas do alfabeto alemão, quatro delas em 3D,  oferecem aos visitantes uma perspectiva bem humorada da Alemanha - de A, de “Arbeit” (trabalho),  passando por F, de “Fussball” (futebol) a Z, de “Zukunft” (futuro). Nos corpos tridimensionais das letras estão embutidas vitrines, monitores e gavetas apresentando objetos  e informações sobre a história da Alemanha e sua cultura. As crianças poderão participar de um rally pela exposição interativa para que, de forma lúdica, possam explorar a cultura e a língua do país homenageado.
Estande da Alemanha na Bienal

Confira as entrevistas concedidas, com exclusividade para o Traduções em Pauta, por Claudio Struck,coordenador da Temporada "Alemanha + Brasil 2013-2014 e Marifé Boix García, vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt :
 
Traduções em Pauta: Qual a importância da Bienal do RJ homenagear a Alemanha na edição deste ano e da feira de Frankfurt homenagear o Brasil em outubro? 
                                 
Marifé Boix García: O Brasil tem mudado muito em todas as áreas nas últimas duas décadas, e assim resolvemos convidar o governo brasileiro para o projeto do convidado de honra nesta próxima Feira do Livro em Frankfurt. Desta maneira, podemos destacar a literatura brasileira, que não tinha tanta visibilidade até agora em outras áreas como a econômica, que sempre se encontra na imprensa internacional. A ajuda para as traduções da Fundação Biblioteca Nacional que foram consolidadas em quantidades respeitáveis, desde que ficou claro que o Brasil era convidado em Frankfurt, é um grande incentivo para a publicação de literatura brasileira pelas editoras internacionais. A Feira de Frankfurt é a feira de referência no mundo do livro, então também outras feiras ficam atentas aos focos que nós apresentamos. Percebemos que o Brasil foi convidado por várias outras feiras também. Para a Alemanha é uma honra participar da Bienal do Livro do Rio como convidado de honra. O convite foi feito por Sonia Jardim, presidente do SNEL e diretora da Bienal, depois de assinar o contrato do Brasil, convidado de honra em Frankfurt, quando ficamos sabendo que estaríamos celebrando o ano Alemanha-Brasil neste período. Como uma grande parte do público é infanto-juvenil, vamos focar esse tema na Bienal. Teremos encontros de editores na feira e vamos fazer visitas nas editoras brasileiras instaladas do Rio de Janeiro. Além da parte profissional, teremos uma boa apresentação da literatura atual na Alemanha.
 
Traduções em Pauta - Quais são os pontos mais parecidos e mais distintos da cultura alemã e brasileira? 
Claudio Struck - A cultura alemã tem muitos pontos de convergência, o Brasil, inclusive, é um país que recebeu muita influência alemã durante sua construção. A imigração alemã no Brasil começou há mais de 180 anos e foram fundamentais para o desenvolvimento de certas regiões do Brasil, principalmente no sul do país, onde algumas cidades mantém grande influência alemã até hoje, como Blumenau, Joinville e Nova Hamburgo, por exemplo. Além da imigração alemã, várias referências culturais são partilhadas pelos dois países. Como a arquitetura, o futebol, projetos de cooperação de pesquisa e ciência, além de todo o material universal que é importado da Alemanha por todo o mundo: música clássica, filosofia, ciência política, etc. Até mesmo nas festividades os países concordam, a Oktoberfest de Blumenau é a maior do mundo fora da Alemanha. Com a intenção de continuar o desenvolvimento e aprofundamento das relações entre os dois países, esse ano ocorre a Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014.

Traduções em Pauta - Como foi lançado o projeto Alemanha + Brasil 2013-2014?   

Claudio Struck - A Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014 é um projeto que vem reafirmar a cooperação entre os dois países - que já está bem estabelecida na economia. Hoje, a Alemanha é o quarto maior parceiro comercial Brasileiro no mundo. Por outro lado o Brasil é de longe o maior parceiro da Alemanha na América Latina. Esse entrosamento no campo econômico é também intenção dos dois Governos, que assinaram em 2001 uma parceria estratégica para desenvolvimento das relações bilaterais. Em 2011, já no Governo da Presidenta Dilma Rousseff o acordo foi renovado, dessa vez com novos termos, que ampliavam as perspectivas de cooperação para outras áreas além dos acordos comerciais, como cooperação científica e tecnológica. Portanto, a Temporada da Alemanha+Brasil, oficialmente inaugurada em maio deste ano, com a presença da Presidenta Dilma Rousseff e do Presidente Alemão Joachim Gauck, é um caminho natural para a ampliação das relações entre os dois países. O objetivo é que o Brasil e Alemanha aprofundem essa relação, que é histórica, e que até maio de 2014, por meio de inúmeros eventos nos centros urbanos do Brasil, irá mostrar ao povo brasileiro a Alemanha autêntica e uma abrangente imagem de sua economia, cultura, educação, esporte, ciência e tecnologia para o país.

Informações Gerais

XVI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro

29 de Agosto a 08 de Setembro de 2013

Horário

Dia 29 de Agosto: 13h às 22h
Dias de semana: 9h às 22h
Fins de semana: 10h às 22h

Local do Evento

Riocentro
Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca
22780-160 – Rio de Janeiro – RJ
 
Valor do Ingresso
Inteira
R$ 14,00
Meia-Entrada
R$ 7,00

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O QUE O BRASIL DEVE APRENDER COM A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Imagine 3,5 milhões de pessoas, de 175 países diferentes, reunidas! A primeira cena que lhe vem a cabeça é a diversidade de idiomas e culturas que deveriam se agregar, certo? Nem sempre! Tais números são da Jornada Mundial da Juventude, encontro internacional promovido pela Igreja Católica, que ocorreu de 23 a 28 de julho, que ilustra as inúmeras lições principalmente a necessidade, emergencial, de se falar outro idioma, que o Brasil deve aprender para os próximos grandes eventos que sediará.

A JMJ Rio2013 contou com uma presença massiva de latinos. Os países com o maior número de inscritos foram, respectivamente, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Chile, Itália, Venezuela, França, Paraguai, Peru e México. Do total dos inscritos internacionais, 72,7% estiveram no Brasil pela primeira vez e talvez não levem apenas as lembranças de fé que vieram buscar.

Thais da Conceição Rocha, franqueada da UNS Idiomas, que participou como voluntária na tradução de documentos, acordos de patrocínio, textos sobre a bioética e informações sobre algumas Igrejas no Rio de Janeiro antes mesmo da JMJ começar, afirma que não faltou cortesia na recepção oferecida pelos brasileiros, mas o quesito idioma deixou a desejar. “Nossos taxistas e lojistas não falam uma segunda língua, então foi bem difícil a comunicação em vários lugares que não eram atrações turísticas mais conhecidas”, explica a voluntária. 

Tradutores Voluntários durante a JMJ 2013

Entretanto, alguns comerciantes não estão fazendo vistas grossas para tal problema. Para Delfin Nunez, sócio-proprietário da Orange Lanchonete, localizada na conhecida Rua Quinze de Novembro, ao lado da Praça da Sé, centro da capital paulista, a principal dificuldade foi a falta de um cardápio traduzido e, mesmo tendo garçons que compreendem inglês e espanhol o proprietário já mandou fazer a tradução. Segundo Nunez, para os próximos eventos eles estarão mais preparados, pois nos dias da Jornada Mundial da Juventude a movimentação da lanchonete aumentou em 15%.

E quem se preparar para os próximos eventos não irá se arrepender, pois os números já demonstram. Durante os seis dias de evento, somente no Rio de Janeiro, foi injetado R$ 1,8 bilhão de acordo com um grupo de pesquisadores da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com a Secretaria Estadual de Turismo.

Cenário atual - Apesar de 86% dos brasileiros considerarem a fluência na língua inglesa importante, apenas 5,3% do total da população fala inglês, de acordo com a pesquisa “Indicadores Quantitativos do Idioma Inglês: Brasil”, realizada pelo Euromonitor International para British Council, organização que visa fortalecer o relacionamento do Reino Unido com os demais países em setores como artes, educação, esportes e idioma.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O DIA QUE ‘BRASILIZAMOS’ O JOHN TRAVOLTA


Foto: Marcos Pinto
Ver um estrangeiro “arrastando” o português nos belos cenários cariocas não é algo novo. Mas, o John Travolta sendo convidado a “brasilizar” e saborear uma típica bebida brasileira, ganhou destaque no Brasil e no mundo. 

O verbo “Brasilizar”, mote da primeira campanha criada para Ypióca após a Diageo ter comprado a marca há um ano, significa “tornar ou naturalizar brasileiro; brasilificar; abrasileirar”.  A propaganda desenvolvida pela agência DM9Rio, que estreou no fim de julho, mostra o astro norte-americano passeando por uma praia e, a cada passo, ele vivencia o jeito de ser do brasileiro.

De acordo com Eduardo Bendzius, diretor de marketing da Ypióca, a intenção é de provocar a ‘redescoberta’ do que o Brasil tem de melhor. “No trabalho de planejamento, percebemos que o consumo da cachaça está muito associado ao comportamento típico do brasileiro”, pontua o executivo.

Para Amanda Dardes Pimentel, gerente comercial da Porto Traduções, é exatamente esse comportamento brasileiro que vem ganhando espaço em diversos lugares do mundo e isso se deve ao atual cenário econômico mundial e a posição de evidência do Brasil. “Apesar dos diversos desafios sociais, políticos e econômicos que ainda temos a vencer, o Brasil precisa aproveitar esse momento e mostrar a força da sua cultura e de seu idioma”, finaliza a gerente.